A viagem
A viagem aos Picos de Europa não teve um planeamento muito cuidado. Decidi ir apenas alguns dias antes da partida, pelo que a unica coisa que fiz foi, como sempre, fazer umas pesquisas dos locais mais "visitáveis". Como todos os que vão lendo estes posts certamente sabem, o principal objectivo deste tipo de viagens que faço é fotografar (além do óbvio objectivo de conhecer novos locais, claro). Como tal, muitas das minhas pesquisas centram-se em sites de fotografia (flickr, 500px, etc.).
Do que fui vendo, apenas defini uma mão cheia de locais. A "jóia da coroa" que defini foi fotografar o Nascer do Sol sobre o Pico Urriellu (Naranjo de Bulnes). Plano furado, mas já lá chegarei.
O plano inicial seria:
Dia 1: Saída de Coimbra. Viagem para Norte e, não que fosse necessário, com dormida ainda em Portugal.
Dia 2: Viagem para as Astúrias, com dormida em Cangas de Onis.
Dia 3: "Caminho de Covadonga" até aos lagos (parte mais "turística" e conhecida dos Picos de Europa)
Dia 4: Nascer do Sol no mirador Pedro Udaondo, perto de Carreña de Cabrales, com vista sobre o Pico Urriellu. Seguir para Poncebos e fazer o percurso a pé até Bulnes. Dependendo da hora, e da dificuldade da subida, descer novamente a pé ou apanhar o funicular (Bulnes não é acessível por estrada).
Dia 5: Visita à zona costeira, parando nalgumas praias.
Dia 6: Mudança de "poiso" para um hotel em Fuente Dé, na parte sul dos Picos. Usar o teleférico que lá existe.
Dia 7: Viagem de regresso.
Como na maioria dos planos, vários pormenores obrigaram a mudanças...
Desculpem a extensão do texto e a quantidade de fotografias, mas mais do que descrever gostava que este post servisse para ajudar alguém que tenha interesse em visitar a região.
No final do texto deixarei uma lista de locais com as respectivas coordenadas e formas de lá chegar, caso alguém pretenda usar esta informação para planear uma visita.
Do que fui vendo, apenas defini uma mão cheia de locais. A "jóia da coroa" que defini foi fotografar o Nascer do Sol sobre o Pico Urriellu (Naranjo de Bulnes). Plano furado, mas já lá chegarei.
O plano inicial seria:
Dia 1: Saída de Coimbra. Viagem para Norte e, não que fosse necessário, com dormida ainda em Portugal.
Dia 2: Viagem para as Astúrias, com dormida em Cangas de Onis.
Dia 3: "Caminho de Covadonga" até aos lagos (parte mais "turística" e conhecida dos Picos de Europa)
Dia 4: Nascer do Sol no mirador Pedro Udaondo, perto de Carreña de Cabrales, com vista sobre o Pico Urriellu. Seguir para Poncebos e fazer o percurso a pé até Bulnes. Dependendo da hora, e da dificuldade da subida, descer novamente a pé ou apanhar o funicular (Bulnes não é acessível por estrada).
Dia 5: Visita à zona costeira, parando nalgumas praias.
Dia 6: Mudança de "poiso" para um hotel em Fuente Dé, na parte sul dos Picos. Usar o teleférico que lá existe.
Dia 7: Viagem de regresso.
Como na maioria dos planos, vários pormenores obrigaram a mudanças...
Desculpem a extensão do texto e a quantidade de fotografias, mas mais do que descrever gostava que este post servisse para ajudar alguém que tenha interesse em visitar a região.
No final do texto deixarei uma lista de locais com as respectivas coordenadas e formas de lá chegar, caso alguém pretenda usar esta informação para planear uma visita.
Dia 1
No primeiro dia mantivemos o plano original. A escolha do local para passar a noite recaíu sobre o renovado Vidago Palace. Hotel de excelência. Recomenda-se para quem queira ser mimado (e esteja disposto a pagar por isso.
O restaurante do hotel é muito bom. Referenciado no Guia Michelin com 2 "fork and spoon", cumpre com o que promete. Não é barato.
O hotel está inserido no Parque de Vidago, pelo que foi possível fazer uma ou outra foto.
O restaurante do hotel é muito bom. Referenciado no Guia Michelin com 2 "fork and spoon", cumpre com o que promete. Não é barato.
O hotel está inserido no Parque de Vidago, pelo que foi possível fazer uma ou outra foto.
Dia 2
No segundo dia, o plano era sair cedo rumo às Astúrias para tentar apanhar ainda o pôr do Sol na prai de Ribadesella. Alguns atrasos (na hora de sair da cama, essencialmente) fizeram com que chegassemos tarde para isso (o sol põe-se muito cedo nesta altura), pelo que fomos directamente para o hotel em Cangas de Onis. Optamos por um hotel que fica um pouco afastado da vila, na encosta a norte - Hotel La Cepada. O hotel era bastante agradável e espaçoso. O único problema foi mesmo que, por terem poucos hóspedes, estavam com poucas pessoas ao serviço. A vista era agradável e, se não chovesse, era possível fazer refeições num terraço panorâmico.
Dia 3
Neste dia, até certo ponto, o plano manteve-se. Fizemos o que estava planeado, mas de forma mais "limitada".
O plano inicial incluía visitar o santuário de Covadonga, fotografá-lo de um miradouro nas proximidades e depois seguir para os lagos onde pretendia fazer percursos pedestres e fotografar os lagos.
A basílica é bastante imponente e domina a paisagem. Fizemos algumas fotos no exterior e visitámos o interior. É bastante simples por dentro, sem extravagâncias.
Depois da visita, decidimos retomar o caminho para os lagos (e parar no miradouro que fica para esses lados). Nas minhas pesquisas tinha encontrado algumas imagens teradas (pensava eu) desse local que se tornavam mais agradáveis.
O problema é que quando lá chegamos, a vista do miradouoro está bloqueada por diversas árvores. Percebi então que quem fez as fotos que eu tinha visto, tinha certamente trepado acima de um dos montes circundantes.
O plano inicial incluía visitar o santuário de Covadonga, fotografá-lo de um miradouro nas proximidades e depois seguir para os lagos onde pretendia fazer percursos pedestres e fotografar os lagos.
A basílica é bastante imponente e domina a paisagem. Fizemos algumas fotos no exterior e visitámos o interior. É bastante simples por dentro, sem extravagâncias.
Depois da visita, decidimos retomar o caminho para os lagos (e parar no miradouro que fica para esses lados). Nas minhas pesquisas tinha encontrado algumas imagens teradas (pensava eu) desse local que se tornavam mais agradáveis.
O problema é que quando lá chegamos, a vista do miradouoro está bloqueada por diversas árvores. Percebi então que quem fez as fotos que eu tinha visto, tinha certamente trepado acima de um dos montes circundantes.
Acabamos por para num outro local que, embora não sendo o que pretendia, permitia ter uma vista mais distante da basílica.
Daqui começamos a subir o caminho serpenteante até aos lagos.
NOTA: Aos que pretendam usar este post para tirar ideias de viagem, atentem que no Verão só é possível trazer o carro até esta zona. Daqui até aos lagos a viagem terá de ser feita de autocarro. Há caminhos pedestres para os mais corajosos, mas são uns 12Km, penso eu.
Daqui começamos a subir o caminho serpenteante até aos lagos.
NOTA: Aos que pretendam usar este post para tirar ideias de viagem, atentem que no Verão só é possível trazer o carro até esta zona. Daqui até aos lagos a viagem terá de ser feita de autocarro. Há caminhos pedestres para os mais corajosos, mas são uns 12Km, penso eu.
Durante a subida fomos parando sempre que era possível e as vistas o justificavam.
Há vários locais onde é possível parar em segurança, fora da via e há também alguns miradouros pelo caminho. Várias vezes, a estrada cruza-se com caminhos pedestres (bem mantidos e assinalados). Poderá ser uma boa solução para os mais aventureiros.
Ocasionalmente, cruzámo-nos com alguns corajosos.
Há vários locais onde é possível parar em segurança, fora da via e há também alguns miradouros pelo caminho. Várias vezes, a estrada cruza-se com caminhos pedestres (bem mantidos e assinalados). Poderá ser uma boa solução para os mais aventureiros.
Ocasionalmente, cruzámo-nos com alguns corajosos.
Com o aumento da altitude, começamos a aperceber-nos de que vamos ter problemas com o nevoeiro. Começamos a entrar numa zona onde a visibilidade começa a comprometer.
Aproximamo-nos do primeiro lago (Enol) e fazemos uma foto mais distante. Não podemos parar aqui, pelo que, apesar da breve infracção, seguimos até ao parque de estacionamento.
Ao subir do parque até ao lago, o frio começa a fazer-se sentir de forma mais agreste e notamos que o nevoeiro se adensa. Quando chegamos à margem do lago, a visibilidade já é mais reduzida.
Aproximamo-nos do primeiro lago (Enol) e fazemos uma foto mais distante. Não podemos parar aqui, pelo que, apesar da breve infracção, seguimos até ao parque de estacionamento.
Ao subir do parque até ao lago, o frio começa a fazer-se sentir de forma mais agreste e notamos que o nevoeiro se adensa. Quando chegamos à margem do lago, a visibilidade já é mais reduzida.
Já com alguma dificuldade em ver a outra margem do lago Enol, fazemos algumas fotos do lago e do espaço circundante e voltamos ao estacionamento.
A ideia inicial seria fazer o percurso pedestre que circunda os dois lagos, mas a falta de visibilidade fez-nos optar por ir de carro para o lago seguinte (Ercina).
Dirigimo-nos ao estacionamento e subimos. Ao passar novamente pela margem, o nevoeiro já tinha coberto todo o lago. O cenário revelava-se problemático para o lago seguinte. E a panorâmica que permitia ver os dois lagos em simultâneo a partir do miradouro estava fora de cena.
A ideia inicial seria fazer o percurso pedestre que circunda os dois lagos, mas a falta de visibilidade fez-nos optar por ir de carro para o lago seguinte (Ercina).
Dirigimo-nos ao estacionamento e subimos. Ao passar novamente pela margem, o nevoeiro já tinha coberto todo o lago. O cenário revelava-se problemático para o lago seguinte. E a panorâmica que permitia ver os dois lagos em simultâneo a partir do miradouro estava fora de cena.
Ao chegar ao estacionamento do lago Ercina o cenário confirmou o nosso receio. O nevoeiro apenas permitia vislumbrar um leve contorno daquilo que parecia ser o lago.
Aproveitamos para enganar a fome com alguns snacks, enquanto esperavamos que dissipasse. Mas aconteceu precisamente o contrário. Minutos depois, já nem o leve contorno se via. A visibilidade limitava-se a meia dúzia de metros. Pegamos nos tripés e começamos a andar em direcção ao local onde tinhas visto o leve contorno do lago (a uns 100m do parque) numa tentativa de, pelo menos, ver o lago.
Aproveitamos para enganar a fome com alguns snacks, enquanto esperavamos que dissipasse. Mas aconteceu precisamente o contrário. Minutos depois, já nem o leve contorno se via. A visibilidade limitava-se a meia dúzia de metros. Pegamos nos tripés e começamos a andar em direcção ao local onde tinhas visto o leve contorno do lago (a uns 100m do parque) numa tentativa de, pelo menos, ver o lago.
Mais uns metros e finalmente avistamos a margem do lago. Muito ténue, mas estava lá. A visibilidade não devia ser mais do que 10 metros. Dois patos banhavam-se na água gelada do lago. E eram a unica coisa que se via. A máquina mal conseguiu registar um deles. Para ficar visível, tive de "puxar" muito pela edição. Daí a falta de qualidade da imagem. Só a aproveitei para não dizer que não tinha fotos deste lago.
Depois de regressar ao estacionamento, esperamos uns minutos para ver se havia evolução no nevoeiro. Como nos pareceu que se ia manter tudo na mesma, decidimos dar uma volta por ali. Um dos percursos que saiam do parque indicavam as antigas Minas de Buferrera, acerca das quais tinha lido algumas referências. Decidimos seguir o caminho para ver o que por lá havia.
O caminho faz-se por um passeio de pedra bem cuidado. A certo ponto, começa a descer e transforma-se numa escada.
O nevoeiro dá ao local um aspecto misterioso, e faz-me pensar que talvez seja possível criar algum tipo de efeito "mina fantasma" naquele cenário.
O caminho faz-se por um passeio de pedra bem cuidado. A certo ponto, começa a descer e transforma-se numa escada.
O nevoeiro dá ao local um aspecto misterioso, e faz-me pensar que talvez seja possível criar algum tipo de efeito "mina fantasma" naquele cenário.
O espaço das minas em si não é muito grande. Trata-se de um pequeno vale rodeado de picos. Aqui são mantidos alguns elementos, dispostos como exposição para transformar o espaço numa espécie de museu a céu aberto.
Foram mantidas algumas passagens subterrâneas, as linhas e dois vagões decorativos.
O nevoeiro deu, de facto um ar "fastasma" ao local.
Foram mantidas algumas passagens subterrâneas, as linhas e dois vagões decorativos.
O nevoeiro deu, de facto um ar "fastasma" ao local.
Visitado o pequeno espaço das minas, voltamos a subir passando desta vez por uma área mais plana com algumas mesas onde se pode aproveitar para fazer uma refeição. Mais à frente, algumas vacas (sempre presentes por aqui) vão andando pachorrentas, sem parecerem muito incomodadas com a nossa presença.
Após alguns minutos, decidimos voltar ao carro e regressar descendo a montanha.
Após alguns minutos, decidimos voltar ao carro e regressar descendo a montanha.
Pelo caminho fizemos ainda duas paragens antes de regressar ao hotel. A primeira foi novamente em Covadonga, para mais umas fotos da Basílica. Um novo olhar, luz diferente (não muito). Aproveitamos para comer mais qualquer coisa e depois seguimos em direcção a Cangas de Onis.
A paragem seguinte foi já em Cangas de Onis. seguimos em direcção ao rio para encontrar uma pequena praia fluvial e o ex-libris da vila: a ponte romana.
O rio tem águas cristalinas (pouco normal para um rio que atravessa uma vila). O aspecto da água convida a um mergulho, mas o teste de temperatura feito com a mão dentro de água afasta-nos rapidamente essa ideia.
Três ou quatro fotos depois, regressamos ao hotel. Mais tarde voltamos a descer para jantar.
Há muitos restaurantes na vila e o preço é razoável.
O rio tem águas cristalinas (pouco normal para um rio que atravessa uma vila). O aspecto da água convida a um mergulho, mas o teste de temperatura feito com a mão dentro de água afasta-nos rapidamente essa ideia.
Três ou quatro fotos depois, regressamos ao hotel. Mais tarde voltamos a descer para jantar.
Há muitos restaurantes na vila e o preço é razoável.
Dia 4
Neste dia, o plano foi completamente mudado. Inicialmente, previa-se o nascer do Sol no miradouro Pedro Udaondo. Mas, como no dia anterior o nevoeiro nos estragou os planos, decidimos que era preferível descansar mais umas horas porque o mais provável era não se ver nada. Decidimos bem. Quando nos levantámos, não só estava nevoeiro, como chovia bastante.
Tomamos o pequeno almoço no hotel e seguimos na mesma para o miradouro, mesmo estando a chover.
Tomamos o pequeno almoço no hotel e seguimos na mesma para o miradouro, mesmo estando a chover.
Pelo caminho fomos, como sempre, parando onde era possível. A vista dos montes a sul é imponente em toda a extensão do percurso.
Alguns rasgos de nevoeiro vão populando a paisagem, e as sempre presentes vacas e ovelhas vão pintando os campos verdes.
Alguns rasgos de nevoeiro vão populando a paisagem, e as sempre presentes vacas e ovelhas vão pintando os campos verdes.
Vamos aproveitando para fotografar um ou outro pormenor da paisagem e seguimos caminho ao nosso próprio ritmo.
As estradas serpenteantes já são perigosas por natureza, mas a chuva faz com que tenhamos de ter alguns cuidados redobrados.
Seguimos viagem em relação ao destino desejado, embora preocupados com o nevoeiro e com a chuva.
As estradas serpenteantes já são perigosas por natureza, mas a chuva faz com que tenhamos de ter alguns cuidados redobrados.
Seguimos viagem em relação ao destino desejado, embora preocupados com o nevoeiro e com a chuva.
Seguindo as direcções, à chegada a Carrañes de Cabrales, cortamos monte acima à procura do miradouro. Foi mais fácil de encontrar do que estava à espera, mas a subida é dura para o carro.
Chegando lá, uma vez mais, o nosso medo confirmou-se. O nevoeiro escondia o Urriellu. E a chuva caía. Como não parava, acabamos por decidir descer.
Para o resto do dia estava planeada a subida até Bulnes, mas com a chuva decidimos adiar para o dia seguinte.
Chegando lá, uma vez mais, o nosso medo confirmou-se. O nevoeiro escondia o Urriellu. E a chuva caía. Como não parava, acabamos por decidir descer.
Para o resto do dia estava planeada a subida até Bulnes, mas com a chuva decidimos adiar para o dia seguinte.
Mudámos o plano e decidimos antecipar a visita à costa. Descemos novamente a estrada serpenteante até Carrañes e daí seguimos por outra estrada, também ela cheia de curvas (como todas por aqui) até ao litoral.
Da visita à costa só tinha uma paragem planeada: Pendueles (playa de Vidiago). Apenas porque vi algumas fotos desta praia que me agradaram.
Chegado ao local previsto, não o estava a reconhecer. Faltavam as rochas que tinha visto nas fotografias. Faltava a areia. Faltava tudo.
Percebi depois que a maré estava tão alta que tudo isso estava submerso.
Da visita à costa só tinha uma paragem planeada: Pendueles (playa de Vidiago). Apenas porque vi algumas fotos desta praia que me agradaram.
Chegado ao local previsto, não o estava a reconhecer. Faltavam as rochas que tinha visto nas fotografias. Faltava a areia. Faltava tudo.
Percebi depois que a maré estava tão alta que tudo isso estava submerso.
Feitas algumas fotos neste local, fomos andando para Oeste, e parando onde se justificava.
A primeira paragem foi perto de Cué, onde existe um miradouro para a costa.
Daqui é possível ver toda a linha marítima de Este a Oeste, e a vila de Llanes ao fundo.
A primeira paragem foi perto de Cué, onde existe um miradouro para a costa.
Daqui é possível ver toda a linha marítima de Este a Oeste, e a vila de Llanes ao fundo.
Além da linha do costa, existe ainda um ilhéu em frente à praia de Cué que ajuda a compor a paisagem.
Também daqui já tinha visto imagens, mas com a maré muito mais baixa.
Seguimos daqui em direcção à povoação de Cué.
Também daqui já tinha visto imagens, mas com a maré muito mais baixa.
Seguimos daqui em direcção à povoação de Cué.
A povoação tem pouco que ver. A única coisa que nos chamou a atenção foi mesmo uma igreja no cimo de uma pequena colina. Seguimos o caminho que nos parecia levar lá, com algumas entradas por becos estreitos e sem saída, e fizemos algumas fotos.
Seguimos viagem pouco depois, enquanto a chuva começava a ameaçar.
Seguimos viagem pouco depois, enquanto a chuva começava a ameaçar.
Fomos seguindo caminho e fizemos mais algumas paragens noutras tantas praias.
Destaque para a playa de Poo. Peculiar, não só no nome (cujo significado em inglês não é muito simpático). Trata-se de uma zona onde o mar forma, na maré alta, uma língua de água que aparenta uma ria.
Quando a maré começa a baixar, deixa algumas linhas serpenteantes de água que retorna ao mar. Como a água baixa lentamente e as ondas não chegam aqui, forma-se um espelho na areia. Com outras cores no céu, será um spot bastante interessante.
Destaque para a playa de Poo. Peculiar, não só no nome (cujo significado em inglês não é muito simpático). Trata-se de uma zona onde o mar forma, na maré alta, uma língua de água que aparenta uma ria.
Quando a maré começa a baixar, deixa algumas linhas serpenteantes de água que retorna ao mar. Como a água baixa lentamente e as ondas não chegam aqui, forma-se um espelho na areia. Com outras cores no céu, será um spot bastante interessante.
Continuando o caminho, paramos ainda em numa zona que, à semelhança da playa de Poo, cria uma lingua de água aquando da maré alta. Neste caso, entre Barru e Niembres, sobre a "ria" (na margem) existe uma pequena capela/ermida.
Talvez se tivessemos chegado um pouco antes, ainda com um pouco mais de água, tivesse mais impacto.
Mas fica o registo do local.
Nesta altura começava já a escurecer e, após algumas fotos, decidimos regressar.
Talvez se tivessemos chegado um pouco antes, ainda com um pouco mais de água, tivesse mais impacto.
Mas fica o registo do local.
Nesta altura começava já a escurecer e, após algumas fotos, decidimos regressar.
Dia 5
Neste dia decidimos executar o plano do dia anterior. Não a parte do nascer do sol (porque o tempo continuava muito nublado), mas tudo o resto. O principal destino seria a subida a Bulnes porque já não chovia, pelo menos.
Decidimos voltar a tentar o mirador Pedro Udaondo. Estavamos decididos a vencer o Urriellu pelo cansaço. Teria de aparecer, mais tarde ou mais cedo. Não queria voltar para casa sem o fotografar. Ou, pelo menos, sem o ver.
Vencido novamente todo o caminho serpenteante até ao miradouro, o cenário era o mesmo: Núvens a tapar todo o maciço onde se localiza o famigerado pico Urriellu. Desgosto, novamente.
Pelo mesno hoje não chovia. Fotografámos o que deu para fotografar. Daqui e dali, com Grande Angular e tele-objectiva. Era o que havia.
Esperamos alguns minutos para tentar perceber se havia possibilidade de ver o pico ou não, mas rapidamente percebemos que não havia grandes probabilidades disso. Entramos no carro e decidimos descer a encosta novamente.
Decidimos voltar a tentar o mirador Pedro Udaondo. Estavamos decididos a vencer o Urriellu pelo cansaço. Teria de aparecer, mais tarde ou mais cedo. Não queria voltar para casa sem o fotografar. Ou, pelo menos, sem o ver.
Vencido novamente todo o caminho serpenteante até ao miradouro, o cenário era o mesmo: Núvens a tapar todo o maciço onde se localiza o famigerado pico Urriellu. Desgosto, novamente.
Pelo mesno hoje não chovia. Fotografámos o que deu para fotografar. Daqui e dali, com Grande Angular e tele-objectiva. Era o que havia.
Esperamos alguns minutos para tentar perceber se havia possibilidade de ver o pico ou não, mas rapidamente percebemos que não havia grandes probabilidades disso. Entramos no carro e decidimos descer a encosta novamente.
Passadas as primeiras curvas, pelo canto do olho, tenho um vislumbre daquilo que até agora era o meu "unicórnio".
Só estava visível através de uma pequeníssima "janela" que se abriu na enorme parede de nuvens que nos separava dele.
Só tivemos tempo de parar num outro miradouro, ligeiramente mais abaixo, pegar na máquina e no tripé e fazer duas ou três fotos.
Acabei a bateria. Troquei-a, voltei a enquadrar e fiz mais duas fotos.
Passados uns minutos, tudo voltou a fechar e o pico desapareceu.
É majestoso, o Urriellu. As fotos não o conseguem transmitir. Sei isso porque olho para elas e me lembro do que vi no local.
Era altura de continuar. Bulnes esperava por nós, e o caminho para lá chegar eram alguns kms de carro a que se somava uma caminhada de quase 5kms que vence cerca de 400m de desnível.
Só estava visível através de uma pequeníssima "janela" que se abriu na enorme parede de nuvens que nos separava dele.
Só tivemos tempo de parar num outro miradouro, ligeiramente mais abaixo, pegar na máquina e no tripé e fazer duas ou três fotos.
Acabei a bateria. Troquei-a, voltei a enquadrar e fiz mais duas fotos.
Passados uns minutos, tudo voltou a fechar e o pico desapareceu.
É majestoso, o Urriellu. As fotos não o conseguem transmitir. Sei isso porque olho para elas e me lembro do que vi no local.
Era altura de continuar. Bulnes esperava por nós, e o caminho para lá chegar eram alguns kms de carro a que se somava uma caminhada de quase 5kms que vence cerca de 400m de desnível.
Saindo do miradouro, descemos novamente até Carrañes e seguimos ao longo da estrada, cortando em direcção a Poncebos - local onde é possível apanhar o funicular até Bulnes, ou iniciar o percurso pedestre que tinhamos decidido fazer.
O caminho até Poncebos é agradável, seguindo por entre os montes ao longo do curso do rio Cares. Mais uma vez, um rio de águas cristalinas.
Aqui, paramos no estacionamento que dá acesso ao funicular e fizemos algumas fotos.
O caminho até Poncebos é agradável, seguindo por entre os montes ao longo do curso do rio Cares. Mais uma vez, um rio de águas cristalinas.
Aqui, paramos no estacionamento que dá acesso ao funicular e fizemos algumas fotos.
Como o percurso pedestre inicia um pouco mais adiante, decidimos levar o carro até lá. Pelo caminho decidimos subir a encosta íngreme até à pequena localidade de Camarmeñas, no cimo do monte. A estrada apertada vence a encosta com alguma dificuldade, mas lá chegámos.
A minúscula aldeia tem algumas casas, um restaurante, o que me pareceu ser um pequeno hotel e uma capela. Fica rodeada de montes elevados, e as casas de pedra dão-lhe um ar pitoresco.
É bastante agradável, e recomendo a visita.
A minúscula aldeia tem algumas casas, um restaurante, o que me pareceu ser um pequeno hotel e uma capela. Fica rodeada de montes elevados, e as casas de pedra dão-lhe um ar pitoresco.
É bastante agradável, e recomendo a visita.
Daqui foi também possível ter a primeira vista do início do percurso que nos esperava. Aquela pequena linha ao fundo (centro) da imagem é o caminho por onde vamos iniciar a subida a Bulnes.
Sentimos um leve arrepio ao olhar para lá. Olhar para o percurso no google Earth não era a mesma coisa. Aqui tudo parecia numa escala diferente. Comentei que ia ser duro, mas acho que a Liliana nem teve voz para responder. Intimidava. Intimidava mesmo.
Descemos a encosta novamente enquanto nos preparavamos psicologicamente para o que se seguia.
Chegados a uma área de estacionamento, retirámos tudo o que precisavamos (máquinas, tripés, comida, água) e respiramos fundo.
Ironicamente, o caminho inicia-se com uma descida. O que é bom... e mau. Mau, porque tudo o que descemos teremos de voltar a subir.
Sentimos um leve arrepio ao olhar para lá. Olhar para o percurso no google Earth não era a mesma coisa. Aqui tudo parecia numa escala diferente. Comentei que ia ser duro, mas acho que a Liliana nem teve voz para responder. Intimidava. Intimidava mesmo.
Descemos a encosta novamente enquanto nos preparavamos psicologicamente para o que se seguia.
Chegados a uma área de estacionamento, retirámos tudo o que precisavamos (máquinas, tripés, comida, água) e respiramos fundo.
Ironicamente, o caminho inicia-se com uma descida. O que é bom... e mau. Mau, porque tudo o que descemos teremos de voltar a subir.
A descida leva-nos até uma pequena ponte de pedra sobre o rio Cares. Atravessamo-la e começamos a acompanhar um afluente deste: o Tejo. Mas não é o "nosso" Tejo. É outro. Mais pequeno, mais limpo, e serpenteante por entre os penhascos à nossa volta.
Olhar para cima chega a provocar vertigens. As paredes são tão íngremes que nos parecem verticais.
Vemos o caminho a serpentear e a subir e temos de respeirar fundo.
Olhar para cima chega a provocar vertigens. As paredes são tão íngremes que nos parecem verticais.
Vemos o caminho a serpentear e a subir e temos de respeirar fundo.
O caminho que se segue vai alternando entre zonas mais planas, pequenas descidas, subidas ligeiras e subidas íngremes que nos deixavam quase se fôlego.
Por vezes acompanhamos o rio ao nosso lado, outras vemo-lo ao fundo de um precipício de impor respeito que nos faz encostar ao outro lado do caminho.
Durante cerca de 5km é assim. Subir. Subir mais. Descer um pouco e voltar a subir.
Cruzamo-nos com algumas pessoas que fazem o caminho em sentido contrário. Será que é mais fácil por ser a descer? Ou, por outro lado, será mais difícil porque a inclinação, num trilho de pedras, nos deixa com falta de equilíbrio?
Por vezes acompanhamos o rio ao nosso lado, outras vemo-lo ao fundo de um precipício de impor respeito que nos faz encostar ao outro lado do caminho.
Durante cerca de 5km é assim. Subir. Subir mais. Descer um pouco e voltar a subir.
Cruzamo-nos com algumas pessoas que fazem o caminho em sentido contrário. Será que é mais fácil por ser a descer? Ou, por outro lado, será mais difícil porque a inclinação, num trilho de pedras, nos deixa com falta de equilíbrio?
Passadas cerca de 2h (ou um pouco mais) chegamos a Bulnes. Demoramos tanto porque iamos parando para fotografar. O percurso em si faz-se em cerca de 1h.
Chega-se primeiro ao ponto onde se pode apanhar o funicular de regresso a Poncebos. Daí à povoação é um saltinho.
Como já fomos um bocado tarde, acabámos por apenas visitar "Bulnes de Abajo" (La Vila).
Prentendia visitar também Bulnes de Arriba e um outro ponto (a cerca de 10 minutos de caminhada) de onde seria possível ver o Urriellu. Mas como continuava nublado, o pico estaria, mais uma vez, escondido.
Demos uma volta pela aldeia e fizemos algumas fotos.
O regresso, dada a hora já adiantada, foi de funicular até Poncebos. O caminho que fizemos em cerca de 2h, foi feito em pouco mais de 5 minutos.
Chega-se primeiro ao ponto onde se pode apanhar o funicular de regresso a Poncebos. Daí à povoação é um saltinho.
Como já fomos um bocado tarde, acabámos por apenas visitar "Bulnes de Abajo" (La Vila).
Prentendia visitar também Bulnes de Arriba e um outro ponto (a cerca de 10 minutos de caminhada) de onde seria possível ver o Urriellu. Mas como continuava nublado, o pico estaria, mais uma vez, escondido.
Demos uma volta pela aldeia e fizemos algumas fotos.
O regresso, dada a hora já adiantada, foi de funicular até Poncebos. O caminho que fizemos em cerca de 2h, foi feito em pouco mais de 5 minutos.
De regresso a Poncebos, tivemos ainda tempo para fazer algumas fotos da cascata que cai ali mesmo ao lada da estrada.
Na imagem, sobre a cascata, vê-se uma ponte que faz parte do percurso pedestre que sobe daqui até à povoação de Camarmeña, onde tínhamos estado antes da caminhada.
A luz começava a desaparecer e era tempo de voltar pelo mesmo caminho.
Na imagem, sobre a cascata, vê-se uma ponte que faz parte do percurso pedestre que sobe daqui até à povoação de Camarmeña, onde tínhamos estado antes da caminhada.
A luz começava a desaparecer e era tempo de voltar pelo mesmo caminho.
Pelo caminho, antes de Carrañes, havia ainda um miradouro (a bastante menos altitude que o Pedro Udaondo) de onde poderia ser possível ver o Urriellu. Ainda não tinha desistido de o apanhar descoberto.
Mas, à chegada lá (mirador de Poo de Cabrales), decepção mais uma vez. Continuava coberto. Enquanto fiz umas fotos mesmo assim, passou por mim um caminheiro que me disse, em espanhol, "não estás com muita sorte, pá... há uma hora atrás conseguia vê-lo lá de cima".
Senti-me muito melhor com isso. Ou não.
Era altura de, resignado, voltar.
Mas, à chegada lá (mirador de Poo de Cabrales), decepção mais uma vez. Continuava coberto. Enquanto fiz umas fotos mesmo assim, passou por mim um caminheiro que me disse, em espanhol, "não estás com muita sorte, pá... há uma hora atrás conseguia vê-lo lá de cima".
Senti-me muito melhor com isso. Ou não.
Era altura de, resignado, voltar.
Dia 6
O sexto dia tinho tudo para ser calmo. Só estava planeada a viagem de Cangas de Onis até Fuente Dé, onde iamos ficar alojados na ultima noite da viagem. A unica actividade planeada era subir o teleférico (que vence um desnível de 750m) e fazer algumas fotos.
Depois era iniciar a viagem de regresso até casa.
Ao acordar, o plano começou logo a não correr muito bem. Chovia e o caminho que teríamos de fazer não era muito agradável nessas condições. Separava-nos do destino uma distância de mais de 100km, a serem feitos por estradas serpenteantes na montanha.
Apesar de ser necessário algum cuidado extra, a viagem foi-se fazendo de forma minimamente tranquila. Íamos devagar, mas íamos avançando.
Começamos a antecipar alguns problemas quando, após contornar a parte Este dos picos, começamos a ver neve nos cumes mais altos.
Com alguma preocupação, fomos subindo em direcção a Fuente Dé. Quando começamos a aproximarnos das aldeias mais altas, o branco cobria já os telhados e os campos. A chuva foi, gradualmente, transformando-se em neve. E, pior que isso, o preto do alcatrão dava lugar a branco. Não esperava apanhar neve. Não tinha correntes e nem sequer pneus de inverno. E os de verão que tinha apresentam já algum desgaste. Começava a pensar na enorme estupidez que fizemos ao deixar o Range Rover parado em casa. Para gastar menos combustível, tinhamos pensado na altura. Não iria nevar nesta semana.
O GPS marcava uma distância de 800mts até ao hotel quando as rodas deixaram de acompanhar o alcatrão e passaram a deslizar sobre o gelo. A subida tinha uma inclinação generosa e tivemos de tomar uma decisão. Continuar a tentar subir durante os 800m? parece pouco. Mas a neve continuava a cair. Se fosse para voltar atrás, teria de ser agora, porque quanto mais tempo demorasse, mais provavel era que os pneus também não se segurassem na descida. Decidimos voltar e não arriscar. Devagar e com todo o cuidao possível iniciei a descida.
Já tinhamos decidido rumar a casa, directamente a partir dali e esquecer a última noite.
A volta, a partir dali seria feita não pela A66 (Oviedo-Léon), mas pela N621 que passa pela Barragem de Riañes e daí segue até Léon. Seguimos viagem quando nos começamos a aperceber de que esta estrada começa a subir mais do que desejaríamos. Começa a atingir uma altitude onde aparecem novamente manchas brancas na paisagem e o alcatrão começa e ter um aspecto demasiado espelhado para o nosso gosto. Cada vez mais nos parece que ter trazido o Range ROver teria sido melhor ideia. Vamos subindo lentamente na esperança de que a estrada comece a descer. Tal não acontece e chegamos ao ponto onde temos novamente de decidir se seguimos e arriscamos ou se voltamos. Pedaços de gelo começam a ser visíveis e a decisão é, novamente, voltar atrás.
A unica solução é, agora, fazer novamente todo o caminho que contorna os Picos. Neste momento já não são 100kms. Já tinhamos andado um bom bocado, pelo que a distância era mais ainda. Mas teria de ser. O Range tinha ficado em casa e não estavamos equipados para arriscar.
Voltamos pelo mesmo caminho. A neve deu lugar à chuva. A chuva deu lugar a granizo. e o camihno pareceu mais difícil de fazer. O stress e o cansaço não ajudavam.
Quando chegamos à costa norte e entramos na A8 respiramos de alívio e seguimos até Oviedo. Estavamos cansados e decidimos que era preferível não fazer a viagem para casa durante a noite. Marcamos um hotel em Léon e apanhamos a A66 mais descansados.
Mas o alivio e o descanso pouco duraram. A estrada que tínhamos feito sem problemas uma semana antes (no sentido oposto), começou a subida (que tinhamos já descido) até ao ponto que nos começou novamente a preocupar. A neve começava a ser visível novamente nos picos. E rapidamente começou a ser visível nas bermas. E depois na estrada. E o Range Rover estava em casa.
Subir os montes a 50km/h na autoestrada não é agradável. Mas, ao chegar ao cimo, percebemos que descer é pior. A sensação de que a qualquer momento os pneus de verão vão perder aderência e vamos fazer uma visita ao rail (que, com sorte, talvez consiga segurar o carro antes de ele cair pelas ravinas que ladeiam as curvas acentuadas) obriga-nos a fazer todo o caminho em sobressalto.
Ao passar a barragens dos Barrios de la Luna onde, uma semana antes, tinha parado para fazer uma fotografia lembrei-me do sol que estava quando lá tinha passado. Neste momento tudo era branco e os meus olhos estavam pregados na estrada. Parecia outro local.
O único alento que me deu, foi servir de ponto de referência para eu perceber que já faltava menos.
Só respiramos de alívio quando a neve deu lugar à chuva e quando o alcatrão passou a ser novamente preto. Estavamos já perto de Léon e o coração começou a bater novamente.
Chegados ao hotel, comemos qualquer coisa para enganar a fome e fomos para a cama. O cansaço apoderou-se de mim e "apaguei" até à manhã seguinte. Levantei-me apenas cedo o suficiente para fazer o check-out a horas e regressar a casa.
Depois era iniciar a viagem de regresso até casa.
Ao acordar, o plano começou logo a não correr muito bem. Chovia e o caminho que teríamos de fazer não era muito agradável nessas condições. Separava-nos do destino uma distância de mais de 100km, a serem feitos por estradas serpenteantes na montanha.
Apesar de ser necessário algum cuidado extra, a viagem foi-se fazendo de forma minimamente tranquila. Íamos devagar, mas íamos avançando.
Começamos a antecipar alguns problemas quando, após contornar a parte Este dos picos, começamos a ver neve nos cumes mais altos.
Com alguma preocupação, fomos subindo em direcção a Fuente Dé. Quando começamos a aproximarnos das aldeias mais altas, o branco cobria já os telhados e os campos. A chuva foi, gradualmente, transformando-se em neve. E, pior que isso, o preto do alcatrão dava lugar a branco. Não esperava apanhar neve. Não tinha correntes e nem sequer pneus de inverno. E os de verão que tinha apresentam já algum desgaste. Começava a pensar na enorme estupidez que fizemos ao deixar o Range Rover parado em casa. Para gastar menos combustível, tinhamos pensado na altura. Não iria nevar nesta semana.
O GPS marcava uma distância de 800mts até ao hotel quando as rodas deixaram de acompanhar o alcatrão e passaram a deslizar sobre o gelo. A subida tinha uma inclinação generosa e tivemos de tomar uma decisão. Continuar a tentar subir durante os 800m? parece pouco. Mas a neve continuava a cair. Se fosse para voltar atrás, teria de ser agora, porque quanto mais tempo demorasse, mais provavel era que os pneus também não se segurassem na descida. Decidimos voltar e não arriscar. Devagar e com todo o cuidao possível iniciei a descida.
Já tinhamos decidido rumar a casa, directamente a partir dali e esquecer a última noite.
A volta, a partir dali seria feita não pela A66 (Oviedo-Léon), mas pela N621 que passa pela Barragem de Riañes e daí segue até Léon. Seguimos viagem quando nos começamos a aperceber de que esta estrada começa a subir mais do que desejaríamos. Começa a atingir uma altitude onde aparecem novamente manchas brancas na paisagem e o alcatrão começa e ter um aspecto demasiado espelhado para o nosso gosto. Cada vez mais nos parece que ter trazido o Range ROver teria sido melhor ideia. Vamos subindo lentamente na esperança de que a estrada comece a descer. Tal não acontece e chegamos ao ponto onde temos novamente de decidir se seguimos e arriscamos ou se voltamos. Pedaços de gelo começam a ser visíveis e a decisão é, novamente, voltar atrás.
A unica solução é, agora, fazer novamente todo o caminho que contorna os Picos. Neste momento já não são 100kms. Já tinhamos andado um bom bocado, pelo que a distância era mais ainda. Mas teria de ser. O Range tinha ficado em casa e não estavamos equipados para arriscar.
Voltamos pelo mesmo caminho. A neve deu lugar à chuva. A chuva deu lugar a granizo. e o camihno pareceu mais difícil de fazer. O stress e o cansaço não ajudavam.
Quando chegamos à costa norte e entramos na A8 respiramos de alívio e seguimos até Oviedo. Estavamos cansados e decidimos que era preferível não fazer a viagem para casa durante a noite. Marcamos um hotel em Léon e apanhamos a A66 mais descansados.
Mas o alivio e o descanso pouco duraram. A estrada que tínhamos feito sem problemas uma semana antes (no sentido oposto), começou a subida (que tinhamos já descido) até ao ponto que nos começou novamente a preocupar. A neve começava a ser visível novamente nos picos. E rapidamente começou a ser visível nas bermas. E depois na estrada. E o Range Rover estava em casa.
Subir os montes a 50km/h na autoestrada não é agradável. Mas, ao chegar ao cimo, percebemos que descer é pior. A sensação de que a qualquer momento os pneus de verão vão perder aderência e vamos fazer uma visita ao rail (que, com sorte, talvez consiga segurar o carro antes de ele cair pelas ravinas que ladeiam as curvas acentuadas) obriga-nos a fazer todo o caminho em sobressalto.
Ao passar a barragens dos Barrios de la Luna onde, uma semana antes, tinha parado para fazer uma fotografia lembrei-me do sol que estava quando lá tinha passado. Neste momento tudo era branco e os meus olhos estavam pregados na estrada. Parecia outro local.
O único alento que me deu, foi servir de ponto de referência para eu perceber que já faltava menos.
Só respiramos de alívio quando a neve deu lugar à chuva e quando o alcatrão passou a ser novamente preto. Estavamos já perto de Léon e o coração começou a bater novamente.
Chegados ao hotel, comemos qualquer coisa para enganar a fome e fomos para a cama. O cansaço apoderou-se de mim e "apaguei" até à manhã seguinte. Levantei-me apenas cedo o suficiente para fazer o check-out a horas e regressar a casa.
Over and Out!...
Esqueçam o dia 6. Só escrevi isto tudo para "desabafar". Foi um dia muito intenso, muito complicado e quase desastroso. Mas são coisas que acontecem. Podia ter corrido mal, mas correu bem. Quanto ao resto, valeu a pena. O tempo não permitiu ver tudo, nem ver algumas coisas da forma que queria. Mas, quase 2.000kms depois, permitiu explorar, conhecer, fotografar e descansar a cabeça enquanto cansava as pernas.
Recomenda-se.
Mas para a próxima levo o Range Rover! (só tenho de arranjar mais companheiros de viagem para dividir as contas do combustível)
Recomenda-se.
Mas para a próxima levo o Range Rover! (só tenho de arranjar mais companheiros de viagem para dividir as contas do combustível)
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Locais
Se precisarem de algum que me tenha esquecido, perguntem
A quem pretenda usar mapas online para ver os spots mais de perto, neste caso recomendo o Bing. Embora goste mais do Google Maps, nesta zona o Bing tem muito mais detalhe.
A quem pretenda usar mapas online para ver os spots mais de perto, neste caso recomendo o Bing. Embora goste mais do Google Maps, nesta zona o Bing tem muito mais detalhe.
Caminho de Covadonga e LagosSantuário de Covadonga Location: 43.308945, -5.053667 Como chegar: Carro Lago Enol Location: 43.273822, -4.988445 Como chegar: Carro (durante o verão, terá de ser de autocarro a partir de Covadonga) Lago Ercina Location: 43.271790, -4.982394 Como chegar: Carro (durante o verão, terá de ser de autocarro a partir de Covadonga) Há vários percursos pedestres entre os dois lagos que passam pelas minas e por alguns miradouros e locais com vista panorâmica. Também há um percurso desde Covadonga. No caminho de carro há vários locais onde se pode parar. Há um miradouro (Mirador de la Reina) onde tem mesmo um parque de estacionamento. | Miradouros para o UrrielluMirador Pedro Udaondo Location: 43.328053, -4.857727 Como chegar: De carro. Seguir estrada 114 em direcção a Carrañes de Cabrales (vindo de Cangas de Onis). Ao entrar na povoação, cortar à esquerda e subir. Há placas a indicar o miradouro. Sempre que houver bifurcações sem placa, seguir a estrada principal. Miradouro (não me lembro do nome) Location: 43.325220, -4.862469 Como chegar: De carro. Semelhante ao anterior. Mirador de Poo de Cabrales Location: 43.311683, -4.838612 Como chegar: De carro. Fica na estrada principal (114) entre Carrañes e Poo de Cabrales. Tem estacionamento grande. Mirador del Picu Urriellu (Bulnes) Location*: 43.233246, -4.813346 Como chegar: Desde Bulnes (La Villa), seguir a placa que indica o miradouro. Indica 10 min. de caminhada. * Não é a localização exacta, mas aproximada. Não cheguei a ir lá |
Zona CosteiraPlaya de Vidiago (Pendueles) Location: 43.400282, -4.653100 Como chegar: De carro. (Desde Cangas de Onis) Seguir a mesma estrada que para os miradouros (114) e apanhar a 115 numa rotunda após La Robellada ou vaoltar um pouco para trás até Arriondas e apanhar a A8 perto de Ribadesellas em direcção a Santander. Quando a A8 acaba, seguir mais um pouco pela nacional. Mirador de Cué Location: 43.409655, -4.714557 Como chegar: Carro. Miradouro vê-se do estacionamento. Basta andar cerca de 100 ou 200 mts em linha recta por um caminho bem visível. Igreja em Cué Location: 43.413944, -4.736353 Como chegar: carro. Tem estacionamento. Playa de Poo Location: 43.429654, -4.783625 Como Chegar: Carro. Dá para estacionar. Capela/Ermida na ria de Niembro/Barru Location: 43.434235, -4.835167 Como chegar: Carro. A estrada é algo apertada, mas há uma zona onde dá para parar sem problemas. Há muitas mais praias por aqui. Estas foram apenas alguns dos locais onde parei. Com tempo, aconselho a visitar tudo o que estiver no caminho. Há algumas onde o caminho não tem alcatrão (não é o caso das que deixei aqui) | Caminho de BulnesPoncebos (Funicular) Location: 43.258098, -4.830381 Como Chegar: De carro. Seguir a mesma estrada de sempre (114) em direcção a Las Arenas de Cabrales. Seguir as placas que indicam "Funicular de Bulnes" e Poncebos para a estrada 264. Camarmeña Location: 43.258919, -4.836510 Como Chegar: Carro. Após Poncebos andar um pouco e logo a seguir aos restaurantes cortar à direita para a subida. Após alguns "SSS" chega-se à povoação. Início do percurso de Bulnes Location*: 43.254411, -4.836867 Como Chegar: Carro. Depois da cortada para Camarmeña, seguir um pouco mais até passar um túnel. Pouco depois o alcatrão acaba e dá para estacionar aí. O percurso está assinalado. * Também se pode iniciar logo em Poncebos, penso eu. Bulnes (Funicular) Location: 43.238061, -4.823320 Como chegar: Bulnes não tem acesso para viaturas. Só há duas formas de lá chegar: 1. Funicular desde Poncebos - Demora 7 minutos, aproximadamente, e tem um custo de 17€ (só ida) ou 21,50€ (ida e volta) 2. A pé, usando o percurso existente - São perto de 5km e vence-se um desnível de cerca de 400m (a subida acumulada será mais, porque há momentos em que desce). AQUI poderão descarregar o ficheiro .gpx para carregar no GPS ou no Google Earth. A aldeia fica um pouco mais acima e divide-se em dois "bairros". Há alguns percursos bem identificados que partem daqui (incluindo um de cerca de 10 min até um miradouro para o Urriellu e outro de cerca de 9 horas até à base do mesmo pico (o topo só se atinge com escalada) |